Ainda ontem eu fechava os olhos imaginando o que seria quando crescesse. Sempre antes de dormir, deixava a imaginação vagar, me levar longe imaginando a vida que levaria.
Hoje eu sei, não sou mais o mesmo, não tenho mais os mesmos sonhos, sou quem me tornei. Todas as noites ainda deixo para trás quem eu fui e pela manhã encontro quem sou.
O eu fui e o eu sou, tão iguais e tão diferentes, de uma mesma pessoa como todas as outras. Para sempre seremos hoje o ontem de quem fomos amanhã.
Tic tac, os ponteiros seguem se adiantando… transformando nossas melhores horas em segundos, enquanto arrastamos nossas tragédias pela eternidade que virá.
Carrego comigo… sorrisos em cores, cicatrizes desbotadas, cartas rasgadas e letras apagadas. Com a experiência dos errantes olho a frente as curvas da estrada da vida. Na pele as marcas dos desencontros do destino.
Já fui sem saber para aonde, já me perdi pelos caminhos que sabia de cor. Já cheguei sem partir e já parti sem nem chegar. Pude ver as mais belas cores em flores cinzas e gravei na memória retratos sem cor de instantes vivos.
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